27 de set. de 2012

Há Luz Para Esta Casa.

"Hoje eu acordei, me sentindo só, me sentindo pó, igual a Jó." 
(Não Quero Mais Acordar Assim - Fruto Sagrado)


"Alguém precisa saber que eu estou preso aqui dentro. Será que alguém aí se importa com a minha dor e sabe que eu existo? Eu não sei." 
( Universo Particular - Fruto Sagrado)


Há uma linha tênue que separa os que seguem em frente e não desistem da existência, ainda que seja uma sobrevida, daqueles que entregam os pontos e desistem de viver. Mas por que muitos transpõem esta linha tão frágil? 

É sempre um golpe saber que alguém em um determinado momento e em determinadas circunstâncias dá este passo, porém, imensamente mais doloroso é quando compartilhamos da amizade, companheirismo, sorrisos, lágrimas, vitórias e perdas com este alguém, porque abre-se um vazio indescritível em nosso interior e aquela sensação de impotência e extrema tristeza torna-se parte de nossos dias, mais uma vez...


Posso imaginar os motivos que levam indivíduos a agirem assim, mas não quero fazer disto um exercício agora, para ser sincera, nem agora, nem depois. Ainda acredito que por mais árduo que seja o labutar dos anos e as cicatrizes que nos marcam como fogo, há razão para prosseguir.

Há momentos em que pensamos em jogar tudo pro alto: que a doença siga seu curso, o abandono, o abuso e a rejeição preencham os espaços ainda não sufocados, a escuridão da sala alcance o restante dos cômodos da casa e o silêncio seja nossa eterna canção e nosso legado para o mundo. Seja relutando, resistindo, tropeçando...

A linha tênue que faz esta distinção ainda irá perdurar por algum tempo. Mas, até quando?

Até quando nos importaremos mais com as aparências em detrimento dos sentimentos; o mundo fingido e virtualmente construído, onde tudo e todos são perfeitos, que teimamos em trazer para o mundo real, ignorando o fato de que para a cura ser efetuada é necessário que as máscaras ruam? Até quando descobriremos com angústia que não dá pra voltar atrás e agirmos de forma diferente, valorizando aqueles que fazem parte de nossos dias, expressarmos quão importantes eles são, quando a realidade da morte se faz presente com toda a violência frente aos que nos deixam ou que deixamos?

Aquieta-te coração ferido, "como um sino dobrando em outro mundo, os profetas anunciam que, não importa a aparência das coisas agora, só o bem, não o mal, tem futuro." (Philip Yancey - A Bíblia que Jesus Lia, pg. 186)

"Este não é o fim há luz pra esta casa!" Acredite! 


       

4 comentários:

Fernando Saraiva disse...

Olá Gêrlane,

“Há razão para prosseguir”? Sim!!! “Há razão para se render”? Sim!!! No entanto e vale ainda ressaltar, que se desistirmos agora, não teremos uma outra chance ...de sentirmos...de vivermos, nem que seja mais um pouquinho...das belezas, das felicidades, dos significados de ser e existir.

A luz do quarto pode está apagada? Dane-se abra a janela e sinta a brisa do tempo invadir a sua vida!!! A casa pode ter se rendido ao silêncio fúnebre, cante...faça da sua voz uma sinfonia, e vibre com a sua falta de harmonia e de afinação de sua voz.

“Até quando nos importaremos mais com as aparências em detrimento dos sentimentos;”? Até quando não amamos a nós mesmos, não amamos os nossos defeitos, as nossas imperfeições, as nossas falhas, amá-las aceitando-as, que as não tem? Ge, posso não ser um exemplo de cristão, tenho dúvidas, tenho medos, tenho errado muito e de muitas vezes diferente, mas eu sei que há razões para prosseguir, pois vejo a luz entrar todos os dias em minha vida e está luz me ama, do jeito que eu sou, totalmente imperfeito!!!

Que a soberana sabedoria do eterno de abençoes minha linda!!!

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Roberto Reis - Fala Baixo! disse...

Lindo Post, como sempre conseguindo nos impactar, Deus te abençoe, dê noticias viu? Abração

Gerlane G. Oliveira disse...

Olá Roberto.

É bom vê-lo por aqui após tanto tempo. Obrigada pelo comentário!
Fica na paz! :)